quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Série Desktop Debian - Introdução


Olá à todos! Meu nome é Fábio C. Guedes e sejam bem-vindos ao blog e canal Ideias Tecnológicas.
Esse é o primeiro artigo da série Desktop Debian. O objetivo dessa série é demonstrar que o Debian pode ser usado como desktop e provavelmente você que está lendo esse artigo deve estranhar o porquê de utilizar o Debian como desktop, uma vez que existe o Ubuntu e o Mint que são duas distribuições derivadas direta ou indiretamente, porém o motivo é bem simples: é a sua estabilidade. É claro que muitos vão dizer que podem baixar o Ubuntu LTS se quiser uma versão mais estável e cada um tem o direito de escolha de fazer o que acha melhor, mas devido às características do Ubuntu e Mint há uma tendencia de ficarmos acomodados da mesma maneira que os usuários do Windows e acabam não aprendendo mais, é óbvio que não podemos generalizar. Digo isso porque o Debian é uma distribuição semiautomática precisando em vários momentos usar o terminal para configurá-lo.
Aqui eu dou um conselho: instale um aplicativo de virtualização”. O aplicativo que eu uso é o Virtualbox, ele é bastante simples de ser usado. Já mencionei sobre ele na sessão Distros Fáceis e vou deixar no final do artigo os links do vídeo e para fazer o download do programa.
Eu não quis mostrar como fazer o processo de instalação por dois motivos simples. O primeiro deles é que deixaria o artigo muito extenso e assim a leitura ficaria cansativa. O segundo motivo é que existe vários manuais de instalação do Debian espalhados pela internet não importando se a instalação será feita pelo ambiente gráfico ou manualmente. Então basta ter um pouco de paciência e interesse que acharão até mesmo vídeos.

Pequena História:

O Debian foi criado em 1993 por Ian Murdock quando ainda era estudante na universidade Pardue. O projeto foi patrocinado pelo Free Software Fundation por um ano que foi de novembro de 1994 à novembro de 1995.
As versões 0.01 à 0.90 foram lançadas entre agosto e dezembro de 1993. A versão 0.91 foi lançada em janeiro de 1994, porém gastaram maior parte desse ano estruturando o projeto Debian para que mais pessoas pudessem colaborar com o mesmo. Essa versão não foi lançada para o público.
A versão 0.95 foi lançado em março 1995 e o dpkg começa a ser utilizado para a instalação de pacotes.
A versão 1.x foi lançada publicamente em 1996 e o Ian Murdock deixou o projeto indicando o Bruce Perens para o seu lugar. O Bruce se interessou pelo Debian quando criava uma distribuição chamada "Linux for Hams" que rodasse diretamente de um CD, e incluía softwares para operadores de rádio.
As seguintes versões do Debian foram lançadas nessa época:
  • 1.1 Buzz: lançada em Junho de 1996 (474 pacotes, kernel 2.0, totalmente em ELF, dpkg);
  • 1.2 Rex: lançada em Dezembro de 1996 (848 pacotes, 120 desenvolvedores);
  • 1.3 Bo: lançada em Julho de 1997 (974 pacotes, 200 desenvolvedores);
Em 1998 o Bruce Perens saiu do projeto e o Ian Jackson tornou-se o novo líder. Nesse mesmo ano foi lançado a versão 2.0, o APT e o Debian GNU/Hurd.
Em 1999 surgiram as primeiras distribuições baseadas no Debian: Coreal Linux e Stormix’s Storm Linux. Nesse mesmo ano foi lançado o logo do Debian.
Em 2000 o projeto se direcionou aos repositórios e a distribuição testing.
Em 2001 os desenvolvedores começaram as conferências anuais chamadas Debconf.
Em 2002 o servidor do Debian é destruído pelo fogo em um incêndio na de Twente Network Operations Center (NOC). O Debian reconstruiu o servidor em uma máquina klecker e transferiu do EUA para a Holanda.
Em dezembro de 2015 morre o Ian Murdock.
A versão que o Debian se encontra nesse artigo o Stretch lançada em 17 de Junho de 2017.


Instalação do Debian:


Requisitos Mínimos:
Os requisitos mínimos variam muito e vai depender do que cada um precisa. Como esse manual é para transformar o Debian em um desktop vai precisar um pouco mais de máquina, então vou dar algumas opções.
O mínimo necessário para instalar o Debian é 10 GB de HD e 256 MB de memória Ram, porém é recomendado para esse manual no mínimo 60 GB de HD e 512 MB de memória Ram para os ambientes gráficos XFCE e LXDE. Para os ambientes gráficos Cinnamon e Mate vai precisar de 1 GB de memória Ram. Se escolher os ambientes gráficos KDE e Gnome será necessário no mínimo 4 GB de memória Ram. Como mencionei anteriormente criem umá máquina virtual que tenham as configurações.

Também deve observar o tipo de processador. Se o processador for de único núcleo deverá baixar a imagem ISO de 32 bits (x32). No caso do processador for multinúcleos baixe a imagem ISO de 64 bits (amd64 ou x64). Os processadores 32 bits ainda são usadas atualmente, mas eles são anteriores ao ano 2000 e não permitem que o pc ou notebook tenham mais de 4 GB de memória Ram. Exemplo desse tipo de processadores: Pentiun IV, Celeron e Sempron. Algumas distribuições GNU/Linux já não disponibilizam versões de 32 bits é o caso do Fedora, OpenSuse e Ubuntu. Já aqueles que são proprietários de pc e notebooks que possuem processadores como Core Duo, Core 2 Duo, e os mais atuais como i3, i5 e i7 podem utilizar imagens ISOS 64 bits. Para saber mais podem acessar esse link.
A configuração do meu pc é o seguinte:
  • Processador i7 da primeira geração;
  • 8 GB de memória Ram de 1333 MHz;
  • HD de 500 GB;
  • Placa de Vídeo GTS 250 da Nvidia;
  • Placa de rede wireless da TP-link.


Começando a configuração:


O primeiro passo a ser realizado no processo de configuração do Debian é alterar os repositórios. O repositório é um local remoto (servidor) ou mídia local que disponibiliza softwares, codecs e plugins para serem instalados e atualizar o sistema usando gerenciadores Apt-Get e Synaptic.



Para fazer essa configuração precisa acessar o terminal em Menu / Administração / Terminal
Aparecerá o terminal assim:


Se vocês notarem o terminal está como usuário comum pelo simples fato de aparecer este símbolo $. O usuário comum não tem privilégios para fazer alterações no sistema, para isso é necessário nos tornarmos usuário Root ou superusuário ou ainda usuário administrativo. Para nos tornarmos devemos utilizar o comando su e depois digitar a senha do administrador como mostra as imagens a seguir.



Agora vocês trocaram de usuário tornando-se root (administrador) sendo o que indica essa mudança é o sinal de hashtag #.
Para abrir o terminal direto como usuário root segue os mesmos passos anteriores, mas dessa vez escolhe o Terminal de Root e digite a senha de root.


Uma vez que nos tornamos usuário root devemos configurar o arquivo sources.list, pois é nesse arquivo que se encontra os endereços dos repositórios mencionados anteriormente. Para configurá-los de maneira correta e de acordo com esse manual devem fazer o seguinte:

1) Vamos até a pasta onde está o arquivo sources.list com o seguinte comando:

# cd /etc/apt/

Um aviso importante: NÃO É NECESSÁRIO DIGITAR O uma vez é apenas um símbolo que identifica o usuário e já aparece na tela. Seguindo!!!”

2) Depois do comando anterior faça um backup do sources.list dando o seguinte comando:

# cp sources.list sources.list.bkp

3) Depois de confirme se foi criado o arquivo listando o conteúdo da pasta ou diretório com o comando ls

# ls

4) Agora abra o arquivo sources.list com o editor de texto nano. Esse editor estará instalado independente de ambiente gráfico que escolheu. Caso tenha instalado o ambiente gráfico GNOME ou um dos seus forks como o MATE ou Cinnamon pode usar o editor de arquivo Gedit.

# nano sources.list

5) Com o arquivo aberto delete todo o conteúdo que estiver nele e depois copie o conteúdo abaixo:

#------------------------------------------------------------#
#                       Repositórios Oficiais                 #
#------------------------------------------------------------#

deb http://ftp.br.debian.org/debian/ stretch main contrib non-free
deb-src http://ftp.br.debian.org/debian/ stretch main contrib non-free

deb http://security.debian.org/debian-security stretch/updates main contrib non-free
deb-src http://security.debian.org/debian-security stretch/updates main contrib non-free

# stretch-updates, previously known as 'volatile'
deb http://ftp.br.debian.org/debian/ stretch-updates main contrib
deb-src http://ftp.br.debian.org/debian/ stretch-updates main contrib

# stretch-backports
deb http://ftp.debian.org/debian stretch-backports main
deb-src http://ftp.debian.org/debian stretch-backports main

# Debian Multimedia
deb [arch=amd64,i386] https://www.deb-multimedia.org stretch main non-free

#----------------------------------------------------------------#
#                Repositórios Não-Oficiais                     #
#----------------------------------------------------------------#

# Sublime Text
deb https://download.sublimetext.com/ apt/stable/

# Google Chrome Browser
deb [arch=amd64] http://dl.google.com/linux/chrome/deb/ stable main

# Virtualbox
deb https://download.virtualbox.org/virtualbox/debian stretch contrib

# Steam
deb [arch=i386,amd64] http://repo.steampowered.com/steam/ precise steam

Aqui vou fazer alguns esclarecimentos sobre os repositórios que são importantes. Os repositórios são divididos em:

MAIN: contém pacotes que são completamente de acordo com o Debian Free Software Guilines.
CONTRIB: conjunto de programas de código aberto que não podem funcionar sem um elemento não-livre;
NON-FREE: são programas ou pacotes que não estão completamente de acordo com os princípios do Software Livre, mas que podem ser distribuídos sem restrição;
UPDATES: esse repositório recebe atualizações com correções e melhorias;
BACKPORTS: oferece “pacotes backports”, ou seja, são pacotes mais recentes que foram recompilados para verão mais velha geralmente a versão Stable;
SECUTITY: é o repositório de atualizações de segurança. Geralmente não fica rede habitual do Debian;
DEBIAN MULTIMEDIA: é o repositório onde se encontram pacotes para fins de edição de vídeos, images, codecs, plugins entre outros.
Porém há sessão dos repositórios não-oficiais e com eles podemos instalar os programas Chrome, Virtualbox, Sublime Text e Steam, mas vou falar neles no momento apropriado.
Após ter colado o conteúdo no arquivo vamos salvar com ctrl+Senter, e vamos sair do editor com o ctrl+S.

6) Depois do arquivo salvo vamos dar o seguinte comando para atualizar a lista de repositórios:

# apt-get update

7) Devemos instalar o pacote apt-transport-http, pois ele permite que possamos nos autenticar e conectar aos servidores "deb alguma_coisa distro main" permitindo a autenticação. Para instalá-lo basta fazer o seguinte:

# apt install apt-transport-https

8) Agora vai ser necessário adicionar as chaves para habilitar os repositórios:

8.1) Repositório Multimídia:

# apt-get install deb-multimedia-keyring

8.2) Repositório Google Chrome:

# wget -q -O - https://dl-ssl.google.com/linux/linux_signing_key.pub | sudo apt-key add -

8.3) Repositório Sublime Text:
# wget -qO - https://download.sublimetext.com/sublimehq-pub.gpg | sudo apt-key add-

9) Depois de instalado o apt-transport-http e adicionar as chaves devemos dar dois comandos. O primeiro vai atualizar os repositórios e o segundo instalar as atualizações caso seja necessário.

# apt-get update
# apt-get upgrade

Conclusão:


Até agora percebe-se que o Debian não é nenhum "bicho de sete cabeças", é óbvio que é necessário ter um pouco de paciência, boa vontade para ler e prestar atenção no que faz. No momento que der algum erro busque anote a mensagem e busque a solução na internet, pois sempre encontrará o que precisa. Caso isso não ocorra espero que tenham seguido o meu conselho de instalado o Debian na máquina virtual, pois assim pode deletar a mesma e começar novamente o processo de instalação e configuração. Um abraço a todos e até breve!!!

Links:


Download do Debian

Download do Virtualbox e sua extensão:

Vídeo do Virtualbox:

Manual do Debian:

Instalação e Configuração do Debian: Versão Jessie mas não muda muito

1ª Parte:

2ª Parte:


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