Olá
à todos! Meu nome é Fábio C. Guedes e sejam bem-vindos ao blog e
canal Ideias Tecnológicas.
Esse
é o primeiro artigo da série Desktop
Debian. O objetivo
dessa série é demonstrar que o Debian pode ser usado como desktop e
provavelmente você que está lendo esse artigo deve estranhar o
porquê de utilizar o Debian como desktop, uma vez que existe o
Ubuntu e o Mint que são duas
distribuições derivadas direta ou indiretamente, porém o motivo é
bem simples: é a sua estabilidade. É claro que muitos vão dizer
que podem baixar o Ubuntu LTS se quiser uma versão mais estável
e cada um tem o direito de escolha de fazer o que acha melhor,
mas devido às características do Ubuntu e Mint há
uma tendencia
de ficarmos acomodados da
mesma maneira que os usuários do Windows e acabam não
aprendendo mais, é óbvio que não podemos generalizar. Digo
isso porque o Debian é uma distribuição semiautomática precisando
em vários momentos usar o terminal para configurá-lo.
Aqui
eu dou um conselho: “instale
um aplicativo de virtualização”.
O aplicativo que eu uso é o Virtualbox, ele é bastante simples de
ser usado. Já mencionei sobre ele na sessão Distros Fáceis e vou
deixar no final do artigo os links do vídeo e para fazer o
download do programa.
Eu
não quis mostrar como fazer o processo de instalação por dois
motivos simples. O primeiro deles é que deixaria o artigo muito
extenso e assim a leitura ficaria cansativa. O segundo motivo é que
existe vários manuais de instalação do Debian espalhados pela
internet não importando se a instalação será feita pelo ambiente
gráfico ou manualmente. Então basta ter um pouco de paciência e
interesse que acharão até mesmo vídeos.
Pequena História:
O
Debian foi criado em 1993 por Ian Murdock quando
ainda era estudante na universidade Pardue. O projeto foi
patrocinado pelo Free Software Fundation por um ano que foi de
novembro de 1994 à novembro de 1995.
As
versões 0.01 à 0.90 foram lançadas entre agosto e dezembro de
1993. A versão 0.91 foi lançada em janeiro de 1994, porém gastaram
maior parte desse ano estruturando o projeto Debian para que mais
pessoas pudessem colaborar com o mesmo. Essa versão não foi lançada
para o público.
A
versão 0.95 foi lançado em março 1995 e o dpkg começa a ser
utilizado para a instalação de pacotes.
A
versão 1.x foi lançada publicamente em 1996 e o Ian
Murdock deixou o projeto indicando o Bruce Perens para o seu
lugar. O Bruce se interessou pelo Debian quando criava uma
distribuição chamada "Linux for Hams" que rodasse
diretamente de um CD, e incluía softwares para operadores de
rádio.
As
seguintes versões do Debian foram lançadas nessa época:
-
1.1 Buzz: lançada em Junho de 1996 (474 pacotes, kernel 2.0, totalmente em ELF,
dpkg
); -
1.2 Rex: lançada em Dezembro de 1996 (848 pacotes, 120 desenvolvedores);
-
1.3 Bo: lançada em Julho de 1997 (974 pacotes, 200 desenvolvedores);
Em
1998 o Bruce Perens saiu do projeto e o Ian
Jackson tornou-se o novo líder. Nesse mesmo ano foi lançado a
versão 2.0, o APT e o Debian GNU/Hurd.
Em
1999 surgiram as primeiras distribuições baseadas no Debian: Coreal
Linux e Stormix’s Storm Linux. Nesse mesmo ano foi lançado o
logo do Debian.
Em
2000 o projeto se direcionou aos repositórios e a distribuição
testing.
Em
2001 os desenvolvedores começaram as conferências anuais chamadas
Debconf.
Em
2002 o servidor do Debian é destruído pelo fogo em um incêndio na
de Twente Network Operations Center (NOC). O Debian reconstruiu o
servidor em uma máquina klecker e transferiu do EUA para a Holanda.
A versão
que o Debian se encontra nesse artigo o Stretch lançada
em 17 de Junho de 2017.
Instalação do Debian:
Requisitos
Mínimos:
Os
requisitos mínimos variam muito e vai depender do que cada um
precisa. Como esse manual é para transformar o Debian em um desktop
vai precisar um pouco mais de máquina, então vou dar algumas
opções.
O
mínimo necessário para instalar o Debian é 10 GB de HD e 256 MB de
memória Ram, porém é recomendado para esse manual no mínimo 60 GB
de HD e 512 MB de memória Ram para os ambientes gráficos XFCE e
LXDE. Para os ambientes gráficos Cinnamon e Mate vai precisar de 1
GB de memória Ram. Se escolher os ambientes gráficos KDE e Gnome
será necessário no mínimo 4 GB de memória Ram. Como mencionei
anteriormente criem umá máquina virtual que tenham as
configurações.
Também
deve observar o tipo de processador. Se o processador for de único
núcleo deverá baixar a imagem ISO de 32 bits (x32). No caso do
processador for multinúcleos baixe a imagem ISO de 64 bits (amd64 ou
x64). Os
processadores 32 bits ainda são usadas atualmente,
mas eles são anteriores ao ano 2000 e não permitem que o pc ou
notebook tenham mais de 4 GB de memória Ram. Exemplo desse tipo de
processadores: Pentiun IV, Celeron e Sempron. Algumas distribuições
GNU/Linux já não disponibilizam versões de 32 bits é o caso do
Fedora, OpenSuse e Ubuntu. Já aqueles que são proprietários de pc
e notebooks que possuem processadores como Core Duo, Core 2 Duo, e os
mais atuais como i3, i5 e i7 podem utilizar imagens ISOS 64
bits. Para saber mais podem acessar esse link.
A
configuração do meu pc é o seguinte:
-
Processador i7 da primeira geração;
-
8 GB de memória Ram de 1333 MHz;
-
HD de 500 GB;
-
Placa de Vídeo GTS 250 da Nvidia;
-
Placa de rede wireless da TP-link.
Começando a configuração:
O
primeiro passo a ser realizado no processo de configuração do
Debian é alterar os repositórios. O repositório é um local remoto
(servidor) ou mídia local que disponibiliza softwares, codecs e
plugins para serem instalados e atualizar o sistema usando
gerenciadores Apt-Get e Synaptic.
Para
fazer essa configuração precisa acessar o terminal em Menu
/ Administração / Terminal
Aparecerá
o terminal assim:
Se
vocês notarem o terminal está como usuário comum pelo simples fato
de aparecer este símbolo $. O
usuário comum não tem privilégios para fazer alterações no
sistema, para isso é necessário nos tornarmos
usuário Root ou superusuário ou
ainda usuário administrativo. Para nos tornarmos devemos
utilizar o comando su e depois digitar a senha do
administrador como mostra as imagens a seguir.
Agora
vocês trocaram de usuário tornando-se root (administrador)
sendo o que indica essa mudança é o sinal de hashtag #.
Para
abrir o terminal direto como usuário root segue os mesmos passos
anteriores, mas dessa vez escolhe o Terminal de Root e
digite a senha de root.
Uma
vez que nos tornamos usuário root devemos
configurar o arquivo sources.list, pois é nesse arquivo que se
encontra os endereços dos repositórios mencionados
anteriormente. Para configurá-los de maneira correta e de
acordo com esse manual devem fazer o seguinte:
1)
Vamos até a pasta onde está o arquivo sources.list com o seguinte
comando:
#
cd /etc/apt/
“Um
aviso importante: NÃO
É NECESSÁRIO DIGITAR O # uma
vez é apenas um símbolo que identifica o usuário e já aparece na
tela. Seguindo!!!”
2) Depois
do comando anterior faça um backup do sources.list dando o seguinte
comando:
#
cp sources.list sources.list.bkp
3)
Depois de confirme se foi criado o arquivo listando o conteúdo da
pasta ou diretório com o comando ls
#
ls
4)
Agora abra o arquivo sources.list com o editor de texto nano. Esse
editor estará instalado independente de ambiente gráfico que
escolheu. Caso tenha instalado o ambiente gráfico GNOME ou um dos
seus forks como
o MATE ou Cinnamon pode usar o editor de arquivo Gedit.
#
nano sources.list
5)
Com o arquivo aberto delete todo o conteúdo que estiver nele e
depois copie o conteúdo abaixo:
#------------------------------------------------------------#
#
Repositórios Oficiais
#
#------------------------------------------------------------#
deb
http://ftp.br.debian.org/debian/ stretch main contrib non-free
deb-src
http://ftp.br.debian.org/debian/ stretch main contrib non-free
deb
http://security.debian.org/debian-security stretch/updates main
contrib non-free
deb-src
http://security.debian.org/debian-security stretch/updates main
contrib non-free
#
stretch-updates, previously known as 'volatile'
deb
http://ftp.br.debian.org/debian/ stretch-updates main contrib
deb-src
http://ftp.br.debian.org/debian/ stretch-updates main contrib
#
stretch-backports
deb
http://ftp.debian.org/debian stretch-backports main
deb-src
http://ftp.debian.org/debian stretch-backports main
#
Debian Multimedia
deb
[arch=amd64,i386] https://www.deb-multimedia.org stretch main
non-free
#----------------------------------------------------------------#
#
Repositórios
Não-Oficiais
#
#----------------------------------------------------------------#
#
Sublime Text
deb
https://download.sublimetext.com/ apt/stable/
#
Google Chrome Browser
deb
[arch=amd64] http://dl.google.com/linux/chrome/deb/ stable main
#
Virtualbox
deb
https://download.virtualbox.org/virtualbox/debian stretch contrib
#
Steam
deb
[arch=i386,amd64] http://repo.steampowered.com/steam/ precise steam
Aqui
vou fazer alguns esclarecimentos sobre os repositórios que são
importantes. Os repositórios são divididos em:
MAIN: contém
pacotes que são completamente de acordo com o Debian Free Software
Guilines.
CONTRIB: conjunto
de programas de código aberto que não podem funcionar sem um
elemento não-livre;
NON-FREE: são
programas ou pacotes que não estão completamente de acordo com os
princípios do Software Livre, mas que podem ser distribuídos sem
restrição;
UPDATES: esse
repositório recebe atualizações com correções e melhorias;
BACKPORTS: oferece
“pacotes backports”, ou seja, são pacotes mais recentes que
foram recompilados para verão mais velha geralmente a versão
Stable;
SECUTITY: é
o repositório de atualizações de segurança. Geralmente não fica
rede habitual do Debian;
DEBIAN
MULTIMEDIA: é o repositório onde se encontram pacotes para
fins de edição de vídeos, images, codecs, plugins entre outros.
Porém
há sessão dos repositórios não-oficiais e com
eles podemos instalar os programas Chrome, Virtualbox, Sublime Text e
Steam, mas vou falar neles no momento apropriado.
Após
ter colado o conteúdo no arquivo vamos salvar com ctrl+S, enter,
e vamos sair do editor com o ctrl+S.
6)
Depois do arquivo salvo vamos dar o seguinte comando para atualizar a
lista de repositórios:
#
apt-get update
7) Devemos
instalar o pacote apt-transport-http,
pois ele permite que possamos nos autenticar e conectar aos
servidores "deb
alguma_coisa distro main" permitindo
a autenticação. Para instalá-lo basta fazer o seguinte:
#
apt install apt-transport-https
8)
Agora vai ser necessário adicionar as chaves para habilitar os
repositórios:
8.1) Repositório Multimídia:
# apt-get
install deb-multimedia-keyring
8.2) Repositório Google
Chrome:
#
wget -q -O - https://dl-ssl.google.com/linux/linux_signing_key.pub |
sudo apt-key add -
8.3) Repositório Sublime
Text:
#
wget -qO - https://download.sublimetext.com/sublimehq-pub.gpg | sudo
apt-key add-
9) Depois de instalado o apt-transport-http e adicionar as chaves devemos dar dois comandos. O primeiro vai atualizar os repositórios e o segundo instalar as atualizações caso seja necessário.
# apt-get update
# apt-get upgrade
Conclusão:
Até agora percebe-se que o Debian não é nenhum "bicho de sete cabeças", é óbvio que é necessário ter um pouco de paciência, boa vontade para ler e prestar atenção no que faz. No momento que der algum erro busque anote a mensagem e busque a solução na internet, pois sempre encontrará o que precisa. Caso isso não ocorra espero que tenham seguido o meu conselho de instalado o Debian na máquina virtual, pois assim pode deletar a mesma e começar novamente o processo de instalação e configuração. Um abraço a todos e até breve!!!
Links:
Download
do Debian
Download
do Virtualbox e sua extensão:
Vídeo
do Virtualbox:
Manual
do Debian:
Instalação
e Configuração do Debian: Versão
Jessie mas não muda muito
1ª
Parte:
2ª
Parte:
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